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Destacamos que nesta descoberta encontra-se o Físico Brasileiro Alberto Santoro (que estará palestrando no Encontro Regional de Ciências do NUPESC) e seu da UERJ, grupo HEPGRIP que colaborou ativamente com o pessoal do Cern.
Cientistas
anunciaram nesta quarta-feira (4) a observação de uma partícula
subatômica inédita até então. Eles veem fortes indícios de que se trate
do “bóson de Higgs”, a “partícula de Deus”, única partícula prevista
pela teoria vigente da física que ainda não tinha sido detectada em
laboratórios, e que vinha sendo perseguida ao longo das últimas
décadas.
A nova
partícula tem características “consistentes” com o bóson de Higgs, mas
os físicos ainda não afirmam com certeza que se trate da “partícula de
Deus”. Para isso, eles vão coletar novos dados para observar se a
partícula se comporta com as características esperadas do bóson de
Higgs.
O
“bóson de Higgs” ganhou o apelido de “partícula de Deus” em 1993,
depois que o físico Leon Lederman, ganhador do Nobel de 1988, publicou o
livro “The God Particle” (literalmente “a partícula de Deus”, em
inglês), voltado a explicar toda a teoria em volta do bóson de Higgs
para o público leigo. Ainda não há edição desse livro em português.
O
anúncio foi feito em Genebra, na Suíça, sede do Centro Europeu de
Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês). As conclusões foram
baseadas em dados obtidos no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em
inglês), acelerador de partículas construído pelo Cern debaixo da
terra na fronteira entre a França e a Suíça, considerado a máquina mais
poderosa do mundo.
— Temos
critérios bastante rígidos e uma regra do jogo é não estragar a festa,
mas posso dizer que é uma situação muito interessante — conta o físico Alberto Santoro, professor da Uerj e principal pesquisador brasileiro no Cern, onde está para participar da conferência de amanhã.
A
descoberta foi confirmada por especialistas do CMS e do Atlas, dois
grupos de pesquisa independentes que fazem uso do LHC. Apesar de usarem
o mesmo acelerador de partículas, as duas colaborações científicas
trabalham com detectores diferentes e seus resultados são paralelos.
Os
cientistas medem a massa das partículas como se fosse energia. Isso
porque toda massa tem uma equivalência em energia. Se você calcula uma,
tem o valor das duas. A unidade de medida usada é o gigaelétron-volt,
ou “GeV”.
No
anúncio, o CMS disse que observou um “novo bóson com a massa de 125,3
GeV” – com margem de erro de 0,6 GeV para mais ou para menos – “em 4,9
sigmas de significância”. Esses “sigmas” medem a probabilidade dos
resultados obtidos. O valor de 4,9 sigmas representa uma chance menor
que um em 1 milhão de que os resultados sejam mera coincidência. Por
isso, os cientistas consideram esse número como uma confirmação da
descoberta.
Paralelamente,
o grupo Atlas afirmou que “exclui a não-existência de uma partícula
com a massa de 126,5 GeV, com a probabilidade de 5 sigmas”.
“Eu não
tenho muita dúvida de que, na física de partículas, é o evento mais
importante dos últimos 30 anos”, afirmou Sérgio Novaes, pesquisador da
Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), que faz parte da
colaboração CMS. “Eu acho que é um momento histórico que a gente está
vivendo”, completou.
Apesar
do grande impacto na física teórica, a descoberta ainda não representa
um avanço direcionado a nenhum campo específico da tecnologia.
Em
2011, pesquisadores dos dois grupos de pesquisa do Cern já haviam
“encurralado” o bóson de Higgs, quando identificaram a faixa em que
encontrariam a partícula – a massa estaria entre 115 GeV e 130 GeV.
Na última segunda, pesquisadores norte-americanos também tinham encontrado“forte evidência” da existência da partícula, em experiências com um acelerador próprio, o Tevatron.
Otimismo
Mas os cientistas estão bastante otimistas. “Os resultados obtidos pelas colaborações CMS e Atlas do Cern são extraordinários. Há fortíssimos indícios de que estejamos vendo algo novo, com uma massa de aproximadamente 125 GeV. Esse fato é corroborado pelos resultados recentes do Tevatron (acelerador de partículas do laboratório Fermilab). Apesar dos eventos sugerirem que estejamos diante do bóson de Higgs, a confirmação de que se trata realmente da partícula predita pelo Modelo Padrão requer medidas comparativas. No entanto, isso ainda poderá levar um certo tempo já que requer que mais dados sejam coletados.”, afirmou o físico brasileiro Sergio Novaes, lider do SPRACE, que armazena e analisa dados do CMS no Brasil.
Mas os cientistas estão bastante otimistas. “Os resultados obtidos pelas colaborações CMS e Atlas do Cern são extraordinários. Há fortíssimos indícios de que estejamos vendo algo novo, com uma massa de aproximadamente 125 GeV. Esse fato é corroborado pelos resultados recentes do Tevatron (acelerador de partículas do laboratório Fermilab). Apesar dos eventos sugerirem que estejamos diante do bóson de Higgs, a confirmação de que se trata realmente da partícula predita pelo Modelo Padrão requer medidas comparativas. No entanto, isso ainda poderá levar um certo tempo já que requer que mais dados sejam coletados.”, afirmou o físico brasileiro Sergio Novaes, lider do SPRACE, que armazena e analisa dados do CMS no Brasil.
O
trabalho feito pelas equipes do CMS e do ATLAS segue o padrão ouro da
física para novas descobertas, o chamado cinco sigmas. “Equivale a uma
chance menor que 1 em 1 milhão de ser uma coincidência”, explicou
Novaes no twitter.
As
equipes do CMS e do ATLAS irão continuar a analisar os dados dos
experimentos e devem publicar seus respectivos artigos sobre o trabalho
no final de julho.
Na
abertura da apresentação dos resultados, o diretor geral do Cern
Rolf-Dieter Heuer fez piada sobre o anúncio que viria. “Hoje é um dia
especial porque temos dois experimentos que falam de um certa
partícula…. não lembro o nome, mas acho que as apresentações irão me
lembrar”. E no final dela afirmou: “Como um leigo eu diria agora: ‘acho
que o encontramos’. Mas como um cientista, tenho que me perguntar: ‘o
que encontramos?’. Hoje é um marco histórico. Acho que devemos estar
orgulhosos, felizes”.
Joe Incandela, porta-voz do CMS, afirmou que se trata de um bóson, só é necessário ainda saber se é “o” bóson de Higgs.
Higgs vê sua teoria ser comprovada
A prova da existência do bóson de Higgs, postulada em 1964 pelo físico inglês Peter Higgs tem um enorme impacto na ciência, já que se trata da única partícula elementar do modelo padrão que não foi observada até agora. O mecanismo de Higgs foi proposto por vários cientistas nos meados da década de 1960 como uma forma consistente de se construir uma teoria contendo partículas com massa. Depois foi incorporado a uma teoria descrevendo as interações fracas e eletromagnéticas, o hoje chamado de Modelo Padrão. Desde então vem-se buscando descobrir a partícula remanescente desse mecanismo, o bóson de Higgs. “Quero congratular a todos. Fico muito feliz que tenha acontecido enquanto estou vivo”, afirmou Higgs, atualmente com 83 anos, que se emocionou ao ser convocado para falar no final da apresentação dos cientistas do Cern.
A prova da existência do bóson de Higgs, postulada em 1964 pelo físico inglês Peter Higgs tem um enorme impacto na ciência, já que se trata da única partícula elementar do modelo padrão que não foi observada até agora. O mecanismo de Higgs foi proposto por vários cientistas nos meados da década de 1960 como uma forma consistente de se construir uma teoria contendo partículas com massa. Depois foi incorporado a uma teoria descrevendo as interações fracas e eletromagnéticas, o hoje chamado de Modelo Padrão. Desde então vem-se buscando descobrir a partícula remanescente desse mecanismo, o bóson de Higgs. “Quero congratular a todos. Fico muito feliz que tenha acontecido enquanto estou vivo”, afirmou Higgs, atualmente com 83 anos, que se emocionou ao ser convocado para falar no final da apresentação dos cientistas do Cern.
O
apelido de “partícula de Deus” foi cunhado pelo físico Leon Lederman,
mas é mais usado por leigos, como um modo mais fácil de explicar como
funcionam as partículas subatômicas e sua importância.
“Estou
estupefato com a incrível velocidade com que os resultados foram
obtidos”, afirmou Higgs em um comunicado divulgado pela Universidade de
Edimburgo, na Escócia.
“Nunca
pensei que assistiria a algo assim em vida e vou pedir para minha
família que coloque o champanhe na geladeira”, completou o cientista.
Quando
escreveu o artigo propondo a ideia de que uma partícula seria
responsável por dar massa a todas as outras partículas do universo em
1964, Higgs teve seu artigo sobre o tema rejeitado pelo periódico
“Physics Letters”, editado pelo Cern. “Achei que talvez porque fosse
muito pequeno. Apenas um lado de um A4.”, afirmou Higgs em entrevista
transmitida pelo Cern. Higgs, no entanto, não se abalou, escreveu um
pouco mais e tentou o “Physical Review Letters” que aceitou e publicou o
texto.
“Nós estamos atingindo o tecido do Universo em um nível que nunca fizemos antes”, disse Prof Incandela.
“Estamos
na fronteira agora, à beira de uma nova exploração. Esta poderia ser a
única parte da história que resta, ou poderíamos abrir um novo mundo
de descoberta.”
Para mais detalhes: http://www.bbc.co.uk/news/world-18702455
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